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terça-feira, 12 de abril de 2011

Literatura Renascentista

Escolhi falar sobre a Literatura renascentista por três escritores que gosto muito e os acho extremamente atuais e com grande legado para os dias de hoje.

O Primeiro escritor é Nicolau Maquiavel (1469-1527), escreveu duas peças teatrais, Mandrágora e Clizia e numerosas obras histórico-políticas.

Considero a obra O Príncipe, um dos livros mais importantes do pensamento humano, pois relata de forma clara e objetiva a relação do homem com o poder.

Muitos filósofos criaram ideias muito bonitas e agradáveis sobre comportamento e um mundo ideal, mas na prática vemos a leitura que Maquiavel fez do ser humano sendo a mais realista. É só observar o comportamento e o que realmente funciona no mundo político e empresarial hoje.

Platão criou a ideia de um mundo “ideal” sabendo que ele não existe mas deve ser uma referência (Platonismo), Rousseau diz que o homem é bom por natureza, é a sociedade que o corrompe, mas quem pode viver fora de uma sociedade?

A obra em si não apresenta nenhum conteúdo estético, é quase como se fosse um manual para jogar xadrez. Divide a estrutura organizacional de um principado em grupos, como povo, exército, poderosos.

Muitos o criticam e a expressão maquiavélico é usada com tom depreciativo, mas o que Maquiavel fez, foi tirar uma fotografia sem filtros do homem e o poder.

O segundo Escritor é Montaigne (1533-1592).

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Montaigne criou um novo estilo literário chamado ensaio. Tratam-se de textos curtos onde o autor coloca suas opiniões sobre os mais diversos assuntos.

Montaigne trouxe liberdade para a escrita e para o pensamento, não é considerado um filósofo, pois não defendia um assunto específico e também não tinha preocupação de desenvolver ideias absolutas o seu objetivo era colocar o seu ponto de vistas sobre os assuntos tratados.

Digo que Montaigne, com os ensaios, foi o precursor dos blogs –locais na internet onde qualquer um pode expor suas opiniões sobre qualquer assunto.

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Terceiro escritor Miguel de Cervantes (1547-1616).

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A obra prima Dom Quixote de la Mancha é considerado por alguns como a melhor obra de ficção de todos os tempos. Esta obra também é considerada o primeiro romance moderno. O texto traz a ironia ao descrever um cavaleiro errante que perde a razão de tanto ler romance sobre cavalaria.

As aventuras de Dom Quixote, seu fiel escudeiro Sancho Pança, o cavalo Rocinante, a musa Dulcinéia e os famigerados moinhos de vento estão no imaginário popular.

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Os três autores divergem na escrita, enquanto Maquiavel tinha estilo didático, quase cru, Montaigne rompe com alguns formalismos da época. Já Cervantes cria o romance moderno e prima pela arte da escrita. Em comum, e advindo da época renascentista, todas as obras centram em personagens humanos.

O Italiano retrata a frieza e o lado mais mundano do homem, o francês centra seus textos na sua pessoa e opinião enquanto o espanhol cria um personagem fantasioso com toda a imaginação e mundo de sonhos que o homem busca para enfrentar seus temores.

Obs. As fotos são da minha coleção e gosto muito da edição de Dom Quixote, que tem ilustrações do Salvador Dalí. Minha cópia do Principe está emprestada.

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